quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Bolo de Pêra, Amêndoa e Cardamomo

Por mais que esteja na Primavera e as temperaturas sejam de Verão, só me ocorre fazer bolos com um certo ar outonal.  Enquanto os bolos estivais tem aromas cítricos e refrescantes, os bolos de Outono e de Inverno recordam-nos os tempos quentes através dos frutos secos, das especiarias e das compotas. São embebidos em caldas, trazem-nos os aromas das despensas de outrora, onde as maçãs, as pêras e os marmelos eram guardados, e pedem um chá quente para acompanhar!




É assim este Bolo de Pêra, Amêndoa e Cardamomo. Começamos por cozer as pêras em calda, com o açúcar e o cardamomo, envolvêmos-las na massa e por fim regamos o bolo com a sua calda doce e aromática. A doçura do Verão relembrada na estação da chuva e do vento, quando apetece ficar em casa.

Aqui, onde está um calor de rachar, acompanhado de um chá gelado ou de uma água de coco bem fresquinha, regala os mais gulosos e o difícil é parar na primeira fatia.




Ingredientes:
4 ovos
200 g de açúcar
100 ml de óleo vegetal
150 ml de leite
250 g de farinha
1 colher de sopa de fermento em pó
100 g de amêndoas laminadas
2 pêras
100 g de açúcar demerara
5 sementes de cardamomo

Descascar e partir as peras em cubos, levar ao lume com o açúcar demerara ou amarelo, as sementes de cardamomo e cerca de 150 ml de água. deixar cozinhar em lume lento, com o tacho semi-tapado até que as pêras estejam cozidas. Bater os ovos com o açúcar até obter uma mistura homogénea. Acrescentar o óleo e depois o leite, batendo sempre. Juntar a farinha, já misturada com o fermento e as amêndoas laminadas (deixando algumas para decorar), envolvendo cuidadosamente. Colocar a massa numa forma de bolo inglês, previamente forrada com papel vegetal. Juntar a pêra cozida, reservando a calda para regar o bolo depois de cozido. Finalizar, decorando com amêndoas laminadas e levar a cozer em forno a 180º C. Depois de cozido, retirar do forno e, ainda quente, regar com a calda das pêras a que já se retirou as sementes de cardamomo.




Bom apetite!
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terça-feira, 30 de outubro de 2012

Sopa de Tomate e Pimentão Encarnado

Já vos disse, várias vezes, como a sopa é indispensável cá em casa! Esteja frio ou calor, ela não pode faltar... cremosa ou de entulho, quase todos os dias temos uma panela ao lume para manter saciados os nossos apetites por um bom prato de legumes cozinhados e saborosos.




Sou daquelas mães que nunca teve de se aborrecer para que um filho comesse sopa. Aliás, as chamadas de atenção são para que não coma tanto... "Se comeres mais uma taça não vais ter sopa para o jantar!" costuma resultar, mas não é garantido!

Neste tempo quente (sim aqui é Primavera e estão trinta e tal graus... Sorry!), uma das nossas sopas favoritas é a de tomate. Esta tem também pimentão encarnado o que lhe dá um sabor ainda mais delicioso e é tão boa quente como fria!




Ingredientes:
1,5 kg de tomate maduro
1 pimentão encarnado
3 cenouras
1 cebola grande
6 dentes de alho
1 raminho de manjericão
Água, azeite, sal e açúcar qb.

Preparar todos os ingredientes, partindo em pedaços pequenos, excepto o tomate que deve apenas ser lavado e retirado o pé. Levar a cozer em água abundante temperada de sal. Na fase final da cozedura, adicionar o manjericão e o azeite. Quando todos os legumes estiverem bem cozidos, triturar com a varinha mágica (mixer) e coar para separar as peles e sementes do tomate. Rectificar o tempero e corrigir a acidez com um pouco de açúcar.





Servir quente ou frio. Pode acompanhar com croutons, ovo cozido picado, folhinhas de manjericão ou qualquer outra guarnição do seu agrado.

Bom apetite!

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sábado, 27 de outubro de 2012

Rectângulos de Maçã e Nozes

Um almoço em casa de amigos. O compromisso de levar algo doce. Muito, muito pouco tempo!

Surge a tentação de comprar algo no caminho... Mas, tomada de brios, não quis deixar de cumprir o prometido. Algo rápido, saboroso, que não falhe...




Foi assim que, no fim de semana passado, surgiu este bolo, cozido num tabuleiro e cortado em rectângulos. Ficou tão bom que no dia seguinte fiz outro para comermos cá por casa. Fofo, húmido da maçã e crocante dos pedaços de nozes, tem ainda o travo da canela com que foi polvilhado. Rápido a fazer e a comer e uma receita a repetir... muitas vezes.




Ingredientes:
4 ovos
300 g de açúcar
100 ml de óleo vegetal
150 ml de leite
250 g de farinha
1 colher de sopa de fermento
1 maçã verde (granny smith)
6 nozes picadas
Açúcar demerara (cristais grados) e canela qb.

Bater os ovos co o açúcar até obter uma mistura homogénea. Adicionar o óleo e continuar a bater. Em seguida acrescentar o leite. Misturar bem. Envolver com a farinha, já misturada com o fermento. Forrar um tabuleiro de alumínio rectangular com papel vegetal. Deitar a massa dentro do tabuleiro. Descascar uma mação verde, retirar o caroço e partir em pedaços pequenos (cada quarto da maçã, cortei em três pedaços, à altura, que depois cortei em fatias horizontalmente). Distribuir uniformemente sobre a massa que está no tabuleiro. Fazer o mesmo com as nozes picadas em pedaços pequenos. Os pedaços de maçã e nozes vão mergulhar um pouco na massa, embora não cheguem a ir ao fundo. Polvilhar a massa com o açúcar e com a canela e levar a cozer em forno a 180º.




Corte em rectângulos e delicie-se!
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sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Zite com Courgette e Frango para o Dia Mundial das Massas

Ontem, 25 de Outubro,  foi o Dia Mundial das Massas, data que se comemora desde 1996 e que visa, entre outros objectivos destacar a versatilidade gastronómica e o valor nutricional da massa.

Os leitores mais assíduos do Cravo e Canela, já sabem que, na nossa cozinha, a massa está muitas vezes presente e que por aqui adoramos um belo e reconfortante prato de massa.




A massa ou macarrão (como é mais conhecido aqui no Brasil) é um alimento milenar, hoje confeccionado a nível mundial. Sabe-se que os chineses já conheciam as massas na época da dinastia Chang, há mais de 3500 anos. Por outro lado, murais etruscos encontrados na Toscana (Itália) já mostram todo o equipamento de cozinha necessário à preparação de massas.





Apesar da sua presença na culinária oriental, é da Itália que vem a maior tradição das massas, hoje espalhada aos continentes europeu e americano, fruto também da diáspora do povo italiano para o novo mundo. Secas ou frescas, simples, aromatizadas ou recheadas, compridas ou redondas, as massas são deliciosas e um verdadeiro alimento para o corpo e para a alma.




Ingredientes:
1 courgette (abóborinha italiana)
1 cebola
3 dentes de alho
1 ramo de coentros
250 g de frango cozido
1 embalagem (cerca de 500g) de massa comprida (neste caso, zite)
1l de caldo de legumes ou de frango
4 colheres de sopa de sementes de abóbora
Azeite, sal e pimenta qb.

Refogar a cebola e o alho em azeite e, quando a cebola estiver transparente, juntar a courgette cortada em pequenos cubos, deixando estufar. Quando estiver quase cozida, adicionar os coentros picados e voltar a tapar o recipiente, mantendo o lume brando. Cozer as massas em caldo de legumes, de frango ou em água temperada de sal. Quando os legumes estiverem cozidos, juntar o frango em pedaços e as massas cozidas al dente. Saltear um pouco, rectificar o tempero e servir, guarnecendo com sementes de girassol.




Bom apetite!
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quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Uma Horta a Sul do Equador (10)

A época do feijão verde já acabou e os morangos também estão a chegar ao fim. É tempo de plantar outras variedades e foi isso que fiz esta semana... semeei tomate, meloa, aipo e favas, sem ligar muito às estações, pois aqui o frio nunca é muito e agora vêm aí fartura de água e sol com a estação das chuvas!




Sempre presentes estão as ervas aromáticas (vejam como os poejos estão grandes!). As cebolas estão quase prontas para colher. E os espinafres já estão a alastrar por todo o lado (agora vem a época das sopas de espinafres!).




No cultivo orgânico, uma das formas de proteger as plantas das pragas é com outras plantas. Sabem que  se fizermos uma cerca de lavanda à volta das cebolas as protegemos de alguns insectos que tendem a atacá-las? E que podemos proteger couves, tomateiros e feijoeiros, plantando manjericão ao seu redor?

Se calhar não era má ideia mudar os tomateiros para o canteiro das ervas aromáticas!!...





Boas culturas para os que já tem horta e força para os que estão a pensar em fazer uma! E quem souber mais formas naturais de ajudar a criar os nossos legumes, por favor partilhe.



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domingo, 21 de outubro de 2012

Areias

Na verdade não há desculpa para não fazermos bolachas em casa!

Mais rápido do que ir buscar um pacote ao supermercado e temos estas Areias prontas para deliciar mesmo os mais exigentes. Além disso,  não podiam ser mais simples!



Esta receita foi-me dada por uma amiga e é uma delícia, para além de ser rápida de preparar e de levar apenas aqueles ingredientes básicos que sempre temos em casa.

Ora, vamos lá experimentar!




Ingredientes:
300 g de farinha
1 colher de sopa de fermento
200 g de manteiga
100 g de açúcar
Açúcar e canela qb. para polvilhar

Misturar os ingredientes secos e juntar a manteiga cortada em cubos à temperatura ambiente. Amassar bem até obter uma mistura homogénea. Formar bolinhas de massa com cerca de dois cm de diâmetro que se colocam num tabuleiro (não precisa untar ou forrar!) espaçadas cerca de três centímetros entre si. Com um garfo, espalmar um pouco a bolinha de massa. Levar ao forno a cerca de 180º C de deixar cozer até começarem a ficar douradas nos rebordos. Retirar do forno e, ainda quentes, passar por açúcar e farinha que já se misturou numa taça.



E se foram rápidas de fazer,  também não levaram quase tempo nenhum a desaparecer da lata das bolachas. Com leite ou com café, sabem que é uma maravilha e já me deixaram vontade de fazer outra fornada.

Espero que gostem!

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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Pataniscas de Bacalhau com Arroz de Feijão

Diz-se que, em Portugal, há mil e uma maneiras de cozinhar bacalhau. É muito bem capaz de ser verdade, até porque todas as mães, tias e avós do país têm a sua própria receita, mais ou menos original.

Há, no entanto, algumas que são mais populares, castiças e tão saborosas e reflectem bem o carácter da cozinha portuguesa. É o caso das pataniscas!




Não é por termos menos (bacalhau!) que vamos deixar de ter uma refeição deliciosa, que nos conforta a alma e o paladar. As pataniscas são um frito à base de bacalhau e de uma polme de farinha, ovo e leite ou água, que faz render uma posta do fiel amigo para uma casa de família, ou para aqueles amigos que não estávamos à espera.

Acompanhadas de arroz de feijão (que também enche!), não há como deixar os comensais com fome, mesmo quando a despensa não está a abarrotar. E garanto que vão ficar satisfeitos!




Ingredientes:
(Para as Pataniscas)
1 lombo de bacalhau
1 cebola
150 g de farinha
125 ml de água de cozer o bacalhau
125 ml de leite
4 ovos
2 colheres de sopa de salsa picada
Óleo para fritar
Sal e pimenta qb.

(Para o Arroz de Feijão)
150 g de feijão manteiga cozido (pode ser encarnado ou preto)
1 cebola
2 dentes de alho
2 chávenas (xícaras) de arroz
2 colheres de sopa de coentros picados
Azeite, sal e pimenta qb.

Para as pataniscas, cozer o bacalhau, colocando o lombo previamente dessalgado em água fria e deixando levantar fervura. Quando começar a ferver, desligar o lume. Reservar a água de cozedura. Desmanchar o bacalhau em lascas. Fazer uma polme com a farinha, os ovos, o leite e a água de cozer o bacalhau, batendo bem até ficar homogénea. Adicionar o bacalhau, a cebola finamente picada  e a salsa. Rectificar o tempero de sal e pimenta. Aquecer o óleo e, quando estiver quente, deitar porções do preparado de pataniscas de forma a que não se colem entre si. Geralmente utilizo uma colher de servir (o equivalente a duas ou três colheres de sopa). Deixar ficar louras de um lado e depois virar as pataniscas para acabarem de fritar do outro lado. Retirar do óleo, escorrendo e colocar sobre papel absorvente. Entretanto, para o arroz de feijão, preparar um refogado com azeite, a cebola e o alho. Quando a cebola estiver transparente, juntar o feijão cozido e deixar aquecer. Adicionar o arroz e mais cerca de 500 ml de água (depende da quantidade de caldo do feijão), deixando cozer até que o arroz já cozido ainda fique rijinho e fique caldo no arroz (malandrinho!). Adicionar os coentros e servir!




Bom apetite!
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terça-feira, 16 de outubro de 2012

World Bread Day - Pão de Hortelã

Celebra-se hoje o Dia Mundial do Pão e, mais uma vez o Blog Kochtopf, lançou-nos o desafio de preparar e cozer este alimento fundamental!




Já sabem como sou amiga de pão e que com alguma frequência cozo o nosso próprio pão. Aqui ficam uns pães de hortelã, inspirados por um pão que comi estas férias e que me soube maravilhosamente!




Ingredientes:
500 g de farinha de trigo
1 embalagem de fermento biológico seco
350 ml de água morna
1 colher de chá de sal
1 ramo de hortelã

Misturar o sal com a farinha e fazer uma cavidade no centro do monte de farinha que pode colocar numa taça ou sobre uma superfície de pedra. Deitar a água morna e o fermento no centro da farinha e envolver progressivamente com a farinha até formar uma bola. Amassar bem durante cerca de 10 minutos. Pode ser amassado à mão ou no robot de cozinha. Formar uma bola, colocar numa taça e tapar com papel celofane. Deixar repousar durante cerca de meia hora e depois acrescentar a hortelã finamente ficada. Voltar a colocar dentro da taça, tapada, num local abrigado durante cerca de uma hora para crescer (duplicar de tamanho). Voltar a amassar um pouco, para deixar sair o ar que se formou no interior da massa e cortar a massa em quatro partes iguais com as quais se formam os pães (peso médio de 200g), se preferirem pães mais pequenos podem dividir a massa em oito partes. Depois de formados os pães, de formato ligeiramente oval, traçar com a faca uma grelha formada por dois traços diagonais em cada direcção. Colocar num tabuleiro polvilhado com farinha e deixar levedar durante mais meia hora, após o que se levam a cozer em forno a cerca de 200º C.



A cozinha vai encher-se de aroma a pão e a hortelã. Quando estiverem dourados e ao serem batidos emitirem um som oco, estão pronto para serem retirados do forno.




O miolo estará perfumado a menta e poderão encontrar os pedaços de hortelã. Este pão pode ser acompanhado com azeite, manteiga ou queijo, mas até mesmo sem conduto é um delícia.




Bom apetite e cozam pão!
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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Iogurte de Framboesas




Mais uma semana, mais uma "fornada de iogurtes". Desta vez iogurtes de framboesa, tão bons que vou ter de repetir muito em breve.




As framboesas possuem um sabor intenso e a sua presença será sempre notada, mesmo quando misturadas com outros frutos. Para a base destes iogurtes foram simplesmente fervidas com açúcar de forma a formar uma compota ligeira, fragrante e saborosa.





Ingredientes:
1 l de leite (ou 8 dl, consoante a capacidade dos copos da iogurteira)
1 iogurte natural
2 colheres de leite em pó
4 colheres de sopa de açúcar
500 g de framboesas frescas ou congeladas
100 g de açúcar
umas gotas de sumo de limão


Preparar a compota de framboesas levando os frutos a ferver durante alguns minutos com o açúcar e algumas gotas de limão. Colocar os frascos da iogurteira a esterilizar, fervendo-os. Levar a ferver o leite a que já se adicionou o açúcar. Desligar o fogão e deixar repousar tapado. Deixar arrefecer o leite até cerca de 50º C. Misturar o iogurte natural com o leite em pó e, progressivamente, adicionar o leite, misturando bem. No fundo de cada frasco, deitar algumas colheres da compota de framboesa. Com a ajuda de uma colher, com a concha colocada dentro do frasco quase na posição horizontal, deitar cuidadosamente a mistura de leite e iogurte sobre a compota. Fechar os frascos e colocar na iogurteira durante cerca de oito horas. Uma vez passado o tempo de fermentação, deixar arrefecer e colocar no frigorífico pelo menos umas quatro horas.





Comido mesmo assim ou com granola, é uma delícia que agrada a todos.

Bom apetite!
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sábado, 13 de outubro de 2012

Frango com Molho de Manga - Convidei para Jantar #7

Após uma pausa para as férias, o Convidei para Jantar, iniciativa da Ana voltou pela mão da Vera do Blog Hoje para Jantar e com uma proposta irrecusável - receber à nossa mesa um ídolo da música!

Pois bem... rufem os tambores, afinem as violas, soltem as vozes e recebamos os nossos convidados com todo o carinho e uma cantiguinha nos lábios.




Confesso que foram vários os nomes que me passaram pela ideia. Afinal, todos nós temos nos nossos gostos musicais estilos variados, sonoridades diversas, que nos foram conquistando em diversos momentos da vida ou em função de diferentes estados de alma.

O meu convite obedeceu por um lado ao factor da proximidade e por o Chico ter sido uma presença constante ao longo da minha vida. Na verdade, a primeira música que me lembro de escutar, teria talvez três anos, foi A Banda com as suas notas alegres e refrão cativante que, mesmo tão pequena, conseguia cantarolar.


In Blog do Lisandro - Ver Entrevista

E estava eu com estes pensamentos de dias passados quando ele bateu à porta. Vinha com o violão, um sorriso meio tímido e os olhos verdes curiosos. Convidei-o para me acompanhar à cozinha onde terminava o molho do frango. Estava calor e bebemos água de coco gelada enquanto eu lhe contava à quanto tempo me lembrava das suas canções. 

As que me tinham encantado na infância - A Banda, pela sua alegria e a Construção que pelo seu poema maravilhoso, ao mesmo tempo me fascinava e me deixava angustiada. Depois, na juventude,  apaixonada, encantara-me com as suas canções de amor em que tão bem mostrava conhecer o coração da mulher. Fomos trauteando todas aquelas canções que eu recordava e que faziam parte da banda sonora da minha vida, enquanto o Chico dedilhava o violão.

Depois do almoço, a bebericar café, falou-me dos seus projectos do próximo livro, da última tourné, do seu percurso de vida... até que nos despedimos com um sorriso na voz.




Ingredientes:
4 peitos de frango
1 manga cortada em cubos
3 dentes de alho ralados
Sumo de 2 laranjas
Sumo de 1/2 lima
1/2 chávena de caldo de frango
1 colher de chá de gengibre fresco ralado
2 colheres de chá de maizena
1 molho pequeno de coentros
Azeite, sal e pimenta qb.

Espalmar os peitos de frango até ficarem com cerca de 0,5 cm de espessura (pude usar um rolo de massa, colocando os peitos de frango dentro de um saco de plástico). Ao ficarem espalmados torna-se mais fácil que fiquem cozinhados de forma homogénea. Numa frigideira, colocar um pouco de azeite e o alho ralado. Fritar os peitos de frango, virando de ambos os lados. Quando estiveram selados, temperar de sal e pimenta e deixar cozinhar mais um pouco. Acrescentar o sumo de uma laranja e o gengibre ralado. Tapar a frigideira e deixar cozinhar em lume brando até que os peitos de frango esteja completamente cozidos. Retirar e reservar num prato coberto, mantendo quente. Na frigideira, juntar a maizena à gordura que ficou e depois de bem diluída acrescentar o sumo de uma laranja e o caldo de frango. Deixar ferver em lume brando até reduzir a metade. Acrescentar a manga e deixar ferver até ficar um molho consistente. Finalizar com o sumo de 1/2 lima. Dispor os peitos de frango no prato de servir e cobrir com o molho de manga. Guarnecer com os coentros picados.






Bom apetite e boas músicas!


Receita inspirada por esta do site Eating Well.

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quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Bolo de Fubá e Mexerica ou será de Milho e Tangerina?

"A minha pátria é a língua Portuguesa" disse Pessoa num texto pleno de emoção e orgulho por esta língua que, já antiga, tal como um organismo com vida própria evolui, cresce e se expande. 

A minha pátria também é a língua portuguesa, nas suas palavras, nos textos e nas culturas que se espalharam pelo mundo. E como pugno pela bio-diversidade, defendo a diversidade da minha língua, que é falada e escrita nos cinco continentes, por gentes de todas as cores e de todas as histórias. Por isso, obstinada, não acato alterações por decreto cujo sentido não entendo e cujas razões me parecem turvas.




Por isso também, me alegra poder fazer um bolo de fubá e mexerica que é, ao mesmo tempo de milho e tangerina! Tal é a nossa riqueza que de um bolo fazemos dois com os ingredientes que assumem diferentes identidades, mas iguais essências, consoante o lado do mar em que estão. 




Ingredientes:
300 g de açúcar
raspa da casca de 3 mexericas ou tangerinas
4 ovos
100 ml de óleo vegetal
100 ml de sumo de mexerica ou tangerina (cerca de 3 frutos)
200 g de fubá ou farinha de milho
50 g de farinha de trigo
1 colher de sopa de fermento

Adicionar as raspas das mexericas | tangerinas ao açúcar e misturar bem. Juntar os ovos e bater até obter uma mistura homogénea. Em seguida, acrescentar o óleo vegetal e continuar a bater. Acrescentar o sumo de mexerica | tangerina. Finalizar, adicionando os ingredientes secos - fubá | farinha de milho, farinha de trigo e fermento - que já misturou previamente. Levar ao forno numa forma untada e polvilhada de farinha, cozendo o bolo na prateleira central do forno aquecido a 180º.




Se no Brasil é agora fácil encontrar mexericas, em Portugal a época das tangerinas já não tarda e este bolo com o seu belo aroma cítrico vai alegrar os nossos lanches e adoçar as nossas almas.

Bom apetite!
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quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Sumo de Melancia

Como já sabem, não sou muito gulosa e as coisas excessivamente doces desagradam-me. O paladar no Brasil é diferente do de Portugal e os produtos são ou mais doces  ou mais salgados, o que, em grande medida, foi um dos factores que motivou passar a fazer a maior parte das coisas em casa. Isso e a grande disponibilidade de tempo que tenho, associada à pouca habilidade que possuo para ficar sem fazer nada!




Por isso, os sumos que bebemos cá em casa são, na maior parte das vezes, caseiros, feitos com frutos naturais e muito pouco ou nenhum açúcar. Um dos mais refrescantes é o sumo, ou suco (como cá se chama) de melancia.

Por aqui há melancias todo o ano, saborosíssimas, doces e bem grandes. Muitas vezes, para que não se estraguem, parte do fruto é feito em sumo, bebido com cubos de gelo e, para quem preferir, aromatizado com umas folhinhas de hortelã.




Ingredientes:
1/4 de uma melancia grande
Água, açúcar e gelo qb.
Folhas de hortelã (facultativo)

Tirar a casca à melancia, partir em bocados e colocar no copo liquidificador ou reduzir a polpa com a ajuda da varinha mágica (mixer). Juntar um pouco de água e coar para separar a sementes. Adicionar a água necessária para obter a consistência pretendida e, caso necessário, adoçar a gosto. Servir com cubos de gelo.
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sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Iogurte de Limão

E a saga continua!

Já não posso deixar acabar os iogurtes artesanais cá por casa. Esta semana foi a vez de experimentar o iogurte de limão. Gosto tanto do cheiro do leite com limão quando faço o arroz-doce que me lembrei de aromatizar o leite da mesma forma para fazer iogurte.




Resultou de forma perfeita! O sabor do limão, presente nos óleos essenciais que estão na sua casca, ficou no iogurte e deliciou-nos a todos cá por casa. Foi tal a lambarice que estava a ver que não conseguia salvar dois frasquinhos para tirar a fotografia.





Ingredientes:
1 l de leite (ou 8 dl, consoante a capacidade dos copos da iogurteira)
1 iogurte natural
2 colheres de leite em pó
4 colheres de sopa de açúcar
Casca de 1 limão (siciliano)


Colocar os frascos da iogurteira a esterilizar, fervendo-os. Levar a ferver o leite a que já se adicionou o açúcar. Cortar a casca do limão muito fina (apenas o vidrado amarelo) e juntar ao leite ainda frio a que já se adicionou o açúcar. Levar ao lume até ferver. Desligar o fogão e deixar repousar tapado. Deixar arrefecer o leite até cerca de 50º C. Retirar as cascas de limão. Misturar o iogurte natural com o leite em pó e, progressivamente, adicionar o leite, misturando bem. Deitar esta mistura nos frascos previamente esterilizados. Fechar os frascos e colocar na iogurteira durante cerca de oito horas. Uma vez passado o tempo de fermentação, deixar arrefecer e colocar no frigorífico.






Este iogurte de limão foi, até agora, um dos nossos favoritos. Ficou perfeito pela cremosidade, pelo sabor a limão e pelo ligeiro toque açúcarado. Experimentem!
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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Filetes de Linguado com Banana Frita

Embora os fritos sejam mais a excepção que a regra aqui na cozinha do Cravo e Canela, o facto de, por aqui, ser mais fácil encontrar peixe em filetes do que peixe fresco inteiro tem-me levado a experimentar alternativas aquelas que eram as minhas receitas habituais. Foi o caso destes filetes de linguado!





Na nossa casa o linguado é sinónimo de peixe fresco, grelhado e acompanhado de uma salada ou de um arroz gostoso. Também já o tenho feito aqui sempre que consigo arranjar linguados frescos. Desta vez, resolvi experimentar filetes congelados e o resultado não nos decepcionou, o que prova que há bom peixe congelado que muitas vezes é preferível a um peixe (não tão) fresco.




Ingredientes:
4 filetes de linguado
Sumo de 1 limão
4 dentes de alho picados
3 colheres de sopa de farinha de trigo
3 colheres de sopa de farinha de milho
2 ovos
1 raminho de coentros
Sal e pimenta qb.
Óleo vegetal para fritar qb.
4 bananas maduras
2 colheres de sopa de manteiga

Com algumas horas de antecedência, temperar os filetes com sal, alho picado e sumo de limão. Deixar marinar. Num prato raso, misturar as duas farinhas, a pimenta e os coentros finamente picados. Num prato fundo, bater os ovos. Aquecer o óleo numa frigideira e forrar um prato com papel absorvente para escorrer os filetes. Tirar os filetes da marinada, um a um, e passar primeiro pela mistura de farinhas e depois pelo ovo batido, levando imediatamente a fritar. Deixar dourar de ambos os lados e colocar sobre o papel absorvente para eliminar o máximo de gordura. Ao mesmo tempo que frita o peixe, colocar duas colheres de manteiga numa frigideira e fritar as bananas maduras, cortadas ao meio no sentido longitudinal, até ficarem ligeiramente caramelizadas. Servir os filetes acompanhados das bananas fritas.




Saborosos e suculentos os filetes de linguado, combinam muito bem com a banana caramelizada e constituem uma refeição deliciosa.

Bom apetite!
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segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Bolachinhas de Alfazema

Skrol down for english version

Começou a Primavera!

E embora para quem viveu a maior parte da vida no hemisfério Norte, Outubro seja sinónimo de Outono... aqui é Primavera! As andorinhas já estão a fazer os ninhos nos telhados, as árvores estão floridas, o tempo está ameno e tento ultrapassar a minha confusão, cozinhando.

Que tal umas pequenas bolachas com flores... de alfazema?




A alfazema é uma planta natural do Mediterrâneo e o seu uso pelo homem na cosmética e medicina  é histórico. Na cozinha pode adicionar-se a alfazema tanto a pratos de peixe e carne como a doces. Cultivada em larga escala na Provença, é, juntamente com o hissopo, orégão, manjericão, alecrim, salva, tomilho e funcho, uma das Ervas da Provença.

Com a primavera como inspiração, adaptei uma receita do livro 200 receitas de Bolos e Bolachas, para criar estas flores e borboletas tão perfumadas.




Ingredientes:
100 g de manteiga
2 ovos
175 g de farinha de trigo
25 g de farinha de arroz
100 g de açúcar demerara
1/2 colher de sopa de fermento
1 colher de sopa de flores de alfazema para fins alimentares

Misturar as farinhas e o fermento. Juntar a manteiga, que deve estar à temperatura ambiente, e esfarelar até estar incorporada com a farinha. Adicionar os ovos ligeiramente batidos e o açúcar, misturando bem. Por fim juntar as flores de alfazema e envolver na massa. Estender a massa numa superfície polvilhada de farinha, com o auxílio dum rolo de massa. Cortar as bolachas com um cortador à sua escolha (neste caso usei pequenos cortadores em forma de flores e borboletas). Levar a cozer em forno a 180º, em tabuleiros forrados com papel vegetal. Quando ficarem com os rebordos ligeiramente dourados estão boas para tirar do forno. Deixar arrefecer uns minutos no tabuleiro e depois passar para um rack de forma a arrefecerem totalmente antes de guardar.




Bom apetite!


English Version


Spring is here!

Although for me, who lived most of my life in the northern hemisphere, October is synonymous of Autumn ... Spring is here! Swallows are already making their nests on the roofs, the trees are blooming, the weather is mild and I'm trying to overcome my seasonal confusion, cooking.

What about baking some small cookies with flowers ... Lavender Flowers?






Lavender is a plant natural from the Mediterranean and its use by man in cosmetics and medicine is historic. In the kitchen you can add lavender to both meat and fish dishes as well  as to sweets. Cultivated largely in Provence, is, along with hyssop, oregano, basil, rosemary, sage, thyme and fennel, one of the herbs of Provence.

With spring as inspiration, I adapted a recipe from the book 200 Recipes for Cakes and Biscuits, to create these fragrant flowers and butterflies cookies.





Ingredients:
100 g butter
2 eggs
175 g of wheat flour
25 g of rice flour
100g of demerara sugar
1/2 tablespoon of baking powder
1 tablespoon of lavender flowers (for food purposes)

Mix the flour and baking powder. Add butter, it should be at room temperature, and crumble until is well incorporated with the flour. Add lightly beaten eggs and sugar, mixing well. Finally add the lavender flowers. Extend the dough in a floured surface with the help of a rolling pin. Cut the biscuits with a cutter of your choice (in this case I used small cutters in the shape of flowers and butterflies). Bring to bake in oven at 180 º C on trays lined with parchment paper. When the cookies edges are lightly browned remove from oven for. Leave to cool in the tray for a few minutes and then move to a rack to cool completely before storing.






Bon Apetit!

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