A minha convidada chegou a meio da tarde, resplandecente sob o sol, no seu estilo único e tão pessoal. As roupas coloridas, as tranças enfeitadas, a dor reprimida atrás do sorriso franco e a paixão a bailar-lhe nos olhos de cada vez que falava de Diego.
A bela e enigmática Frida, a original e carismática pintora mexicana, estava ali, vibrante e forte como a natureza. A tarde estava amena, a luz brilhante e ficámos no jardim a ver os micos correr sobre os fios do telefone, lá fora na rua. As borboletas enchem os canteiros e as libélulas fazem voos rasantes sobre a água. As andorinhas que nunca partem, cantam no beiral do alpendre.
Admirei o seu toucado e Frida ajudou-me a entrançar o cabelo com fitas e flores. Ataviadas de colares e pulseiras, comemos os polvorones de laranja, seus bolos favoritos desde os tempos de infância em que a mãe os fazia. Para beber, agua fresca de melancia, essa bebida tão mexicana. Ficámos a falar dos nossos amores e a trocar receitas até ao sol se por e os morcegos virem esvoaçar em torno das nossas cabeças.
Ingredientes:
125 g de manteiga à temperatura ambiente
100 g de açúcar
1 gema de ovo
raspa e sumo de uma laranja
250 g de farinha
1 colher de chá de fermento
Bater a manteiga com o açúcar até obter uma mistura cremosa e homogénea. Acrescentar a gema e continuar a bater. Adicionar as raspa de laranja e o sumo coado, misturando bem. Por fim, envolver a farinha com o fermento. Levar a massa ao frigorífico (geladeira) durante uma hora. Estender a massa, com cerca de meio centímetro de altura e cortar bolachas redondas que se levam a cozer em forno aquecido a 200ºC. Retirar ainda louras e deixar arrefecer sobre um rack metálico. Os mais gulosos podem ainda polvilhá-las com açúcar em pó.
Frida Kahlo, a sua vida e a sua obra, tocam-me há longos anos, pelas suas imagens perturbadoras, transbordantes de dor, mas também de força e apego à vida. A paixão que a movia, pelos que amou, pela pintura, pela sua terra e pela cozinha é verdadeiramente inspiradora.
A frase que nos deixa na natureza morta tão cheia de cor que quase fantasiamos poder adivinhar a doçura das melancias, nessa obra do final da sua vida, numa fase tão cheia de sofrimento, é o espelho da mulher que Frida foi até ao fim.
Viva la Vida!
Com esta receita participo na iniciativa "Convidei para Jantar..." este mês dinamizado pela Guida, sob o tema Pintores.
Adorei conhecer a tua convidada, Manuela!!! E que belas bolachinhas tu tinhas para as receber!!
ResponderExcluirQue maravilha!!
Beijinhos
Mena.
Uma maravilha Manuela!
ResponderExcluirGosto muito da tua convidada, adorei a apresentação das tuas bolachinhas!
Bjs
Também adoro Frida Kahlo :D E gostei muito dessas bolachinhas, que delícia :D
ResponderExcluirBeijinhos e tem uma boa noite :D
Não sei porquê mas esse quadro dessa senhora sempre me intrigou...as sobrancelhas unidas e o olhar quase que desligado sempre me fizeram perguntar: mas que raio estava ela a pensar ????Nunca vamos sber..Mas posso tentar adivinhar: estaria a lembrar se dos Polvorones de Naranja que tu lhe fizes te?
ResponderExcluirBjoka
RIta
Que delicia Manuela... Adorei a sugestão e a participação :-)
ResponderExcluirQue lindas bolachinhas! E um quadro intrigante que não deixa ninguém indiferente.
ResponderExcluirbeijinhos
http://sudelicia.blogspot.pt
ADORO, ADORO, ADORO bolachas :)
ResponderExcluirQue sorte teve a Frida ;) devem ser deliciosas as tuas bolachas...
ResponderExcluirSinceramente nunca sei que bolachas gosto mais, vejo-as por aqui e vou pensando, "estas são muito boas, vou fazer", mas depois vejo outras e penso o mesmo :) vou ter dificulade em escolher, porque gosto demais de todas.
ResponderExcluirMas já tirei algumas receitas e depois de fazer publico :)
Bjns
Isabel
Amei a receita, fiz e todos comeram. Super aprovada
ResponderExcluirQue bom Bruna! Inspirou-me para também eu fazer uns Polvorones :)
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