No quente Verão Romano há duas maneiras de nos refrescarmos: estarmos junto das fontes e comendo gelados. Enquanto as primeiras amenizam o calor pela água corrente, onde podemos molhar as mãos (mas jamais tomar banho!) e cujo som parece fazer descer a temperatura, os segundos deliciam-nos e são um verdadeiro colírio nas tardes quentes da cidade.
Tanto umas como os outros são uma verdadeira festa para os sentidos: as esculturas belas e fantasiosas, os sabores diversos e cremosos deixaram-me encantada e desenharam um dos desafios culinários que coloquei a mim própria, assim como a ideia de um conjunto de posts dedicados a estes deuses da frescura. Se me propus, até ao final deste ano, trabalhar afincadamente na realização de gelados, pensei também em apresentar-vos os meus resultados sempre a par de uma bela fonte romana. Surgiram assim os Fontane & Gelati.
Hoje proponho-vos degustar um Gelado de Baunilha na Piazza Mattei, junto à Fontana delle Tartarughe. É uma fonte belíssima, numa pequena praça pouco movimentada. Tem uma história curiosa, uma vez que não foi construída no local para onde inicialmente tinha sido planeada. Por outro lado, as tartarugas que lhe dão nome não fazem parte do desenho inicial, tendo sido acrescentadas décadas depois, aquando de um restauro.
O gelado de baunilha, segundo se diz, deve ser o primeiro que aprendemos a fazer. Para mim seria sempre uma boa opção, pois todos cá em casa adoram este sabor. Para a sua realização inspirei-me numa receita do Jamie Oliver, muito embora tenha feito algumas alterações (na verdade eu nunca consigo seguir uma receita à risca! Freud talvez explique...), nomeadamente trocar o açúcar baunilhado por açúcar e vagem de baunilha.
Ingredientes:
3 gemas
100 g de açúcar
1 vagem de baunilha
250 ml de leite
300 ml de natas
Batem-se as gemas com o açúcar até ficar um creme esbranquiçado. Abre-se a vagem de baunilha ao meio e raspa-se a polpa que se acrescenta à mistura anterior. Leva-se o leite a aquecer com a vagem de baunilha a que já se retirou o interior. Depois do leite quente, mistura-se lentamente e mexendo sempre aos ovos e açúcar batidos. Depois de tudo incorporado, reserva-se e deixa-se arrefecer. Batem-se as natas para engrossar e quando o creme estiver frio misturam-se bem. Leva-se a congelar e, caso não se tenha uma sorveteira, deve retirar-se do congelador (freezer) de 2 em duas horas para mexer bem de forma a que não se formem cristais de gelo, garantindo a cremosidade do gelado.
Como na rua perto de nossa casa há uma amoreira, fui apanhar algumas bagas e servi o gelado acompanhado das amoras. Adoro a combinação do ácido da amora com o doce do creme de baunilha!
Bom apetite!
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